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26.07.2017 - 17:44 Por Teresa Klein

NOVO PROGRAMA DA RÁDIO ALERJ DISCUTE INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Apresentado pelo radialista Marcos Rangel, que é cego, programa Rádio Inclusão vai ao ar todas as sextas, abordando temas como acessibilidade, mercado de trabalho e sexualidade, além de revelar histórias de superação de quem aprendeu a driblar o preconceito

Estreia nesta sexta-feira (28/07), na Rádio Alerj, o programa Rádio Inclusão. A nova atração vai ao ar todas as sextas-feiras, às 15h. O objetivo é discutir alternativas de inclusão para pessoas com deficiência, abordando temas variados, como acessilibilidade, mercado de trabalho, comportamento e sexualidade. Para ouvir o Rádio Inclusão basta acessar o site da Rádio Alerj.

O programa também revelará aos ouvintes histórias de superação de quem aprendeu a driblar o preconceito. A começar pelo apresentador, o radialista Marcos Rangel, que é cego. Ele tem 25 anos de carreira e também é advogado e palestrante. A jornalista Teresa Klein, da Radioweb, é coapresentadora e produtora.

A data de estreia não é fruto do acaso. Nesta semana, a lei federal que obriga empresas com mais de cem funcionários a destinar de 2% a 5% de suas vagas a pessoas com deficiência (Lei n°8.213/91) completou 26 anos.

“Não queremos fazer algo piegas ou sensacionalista, nosso objetivo é mostrar que a deficiência não é o fim do mundo, que as pessoas podem ter uma vida normal e que, muitas vezes, as limitações podem ser o começo de grandes realizações”, diz Rangel.

O primeiro Rádio Inclusão traz uma entrevista com o presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Márcio Pacheco (PSC). Engana-se, entretanto quem acha que a atração se limitará a discussões políticas. Além de debates sobre mercado de trabalho, comportamento, novidades tecnológicas e melhorias de acessilibilidade, haverá programas específicos para esclarecer os ouvintes acerca de temas como autismo, nanismo e síndrome de Down. O quadro fixo “Com a Perna no Mundo” traz, no fim de cada programa, uma entrevista com alguém que tenha uma história de superação.

Entre os entrevistados, personalidades como o dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus e a bailarina Ana Botafogo, que relataram suas experiências com bailarinos com deficiência e trataram da importância da dança para a autoestima e o desenvolvimento físico dessas pessoas; Fernanda Honorato, a primeira repórter com síndrome de Down do mundo; e a cantora da Sara Bentes, cuja cegueira não foi impeditivo para se lançar como artista e viajar sozinha pelo mundo.

"É emocionante trabalhar com este tema e com estas pessoas, é uma grande oportunidade de aprendizado", afirma a analista de marketing e projetos especiais da Comunicação da Alerj e uma das idealizadoras da proposta, Tainah Vieira.

A subdiretora de Comunicação Social da Alerj, Mirella D'Elia, destaca que a atração é fruto de um esforço conjunto de diversas áreas da Casa. E mais: todos os envolvidos no projeto trabalham voluntariamente. “Ter o Rádio Inclusão na grade da Rádio Alerj é motivo de orgulho e coloca mais uma vez a Assembleia do Rio em posição de vanguarda. Com isso, será possível discutir alternativas para termos um estado e um país mais inclusivo”, diz.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde, 6,2% da população brasileira tem algum tipo de deficiência física, intelectual, auditiva ou visual. No estado do Rio seriam 4 milhões de pessoas. No entanto, é um número em contante mudança: dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 500 pessoas nascem ou se tornam uma pessoa com deficiência no Brasil por dia devido a acidentes, violência urbana ou doenças.

Pioneirismo

Não é de hoje que a Alerj adota ações em busca de inclusão de pessoas com deficiência. Só as assembleias do Rio e de São Paulo têm intérprete de libras, que trabalham em todas as sessões plenárias. Além de ter uma comissão voltada para o tema, a Alerj foi a primeira instituição pública do estado a contratar pessoas com deficiência:

“O primeiro convênio da Casa com esse objetivo foi assinado há mais de duas décadas. Hoje, há quase 200 pessoas com deficiência nos quadros da Alerj”, diz Mirella.

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