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11.06.2018 - 19:26 Por Isabela Cabral

REI NIGERIANO RECEBE MEDALHA TIRADENTES

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  • Por Comunicação Social
  • Por Octacílio Barbosa
    Foto geral da reunião
  • Por Octacílio Barbosa
    O rei nigeriano Ooni Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi
  • Por Octacílio Barbosa
    Foto geral da reunião

Igualdade, união dos povos e valorização da população negra foram os temas que predominaram na solenidade realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) nesta segunda-feira (11/06). Na cerimônia, o rei de Ifé e líder do povo iorubá, na Nigéria, Ooni Adeyeye Enitan Ogunwusi, o Ojaja ll, recebeu a Medalha Tiradentes, maior comenda do Estado do Rio. Dezenas de lideranças de religiões de matriz africana acompanharam o evento, realizado no Plenário Barbosa Lima Sobrinho.

Em seu discurso, Ooni de Ifé chamou atenção para os laços do Brasil com a África. “A Nigéria e o Brasil têm muito em comum, deveríamos naturalmente nos conectar para elevar a autoestima dos afrodescendentes. Estou aqui para lembrar aos afrobrasileiros que eles estão ligados a nós, em função de uma escravidão que durou 400 anos e tirou mais de 40 milhões de pessoas negras da África. Alguns de seus descendentes estão aqui e precisam saber de suas raízes. Que eles vêm de reis, rainhas, príncipes e princesas. Nós não somos escravos, nós fomos escravizados. Não somos inferiores”, declarou.

Autor da homenagem, o deputado Zaqueu Teixeira (PSD) destacou a atuação do rei em defesa das mulheres e dos jovens. “Sua Majestade tem feito a diferença para os cidadãos da Nigéria e de várias partes do mundo. Ele criou programas para promover a autonomia financeira das mulheres, dar oportunidades para o acesso de jovens à universidade e reforçar os vínculos da cultura iorubá pelo mundo”, disse o parlamentar.

Combate à intolerância religiosa

O presidente em exercício da Casa, deputado André Ceciliano (PT), abriu a cerimônia. “Nosso país vive um momento de intolerância religiosa”, afirmou, e completou com uma saudação na língua iorubá: “Kabiesi Padawa Ire Fun Egbe Brasil”, que significa “Senhor rei, traga sorte para o povo brasileiro.”

Para o rei nigeriano, a humanidade precisa enxergar suas semelhanças e abandonar seus preconceitos. “Quero promover a paz. Somos todos humanos, é hora de amarmos, respeitarmos e honramos uns aos outros. Seja preto ou branco, todo mundo precisa de água, ar e fogo para sobreviver. Todos pisamos na mesma Terra. A intolerância religiosa é inaceitável. Deus criou tudo, todas as forças da natureza. Nós, cristãos, hindus e islâmicos procuramos Deus por caminhos diferentes, mas todos temos o mesmo destino”, disse o Ooni de Ifé.

A rainha Diambi Kabatusuila, do Congo, também participou do evento. “Nós, africanos, temos que nos impor e combater a ignorância. Devemos promover justiça e igualdade e restaurar o equilíbrio na humanidade”, defendeu. “Ninguém nasce racista, intolerante ou preconceituoso. Estamos aqui para disseminar no país, no estado, no mundo, que somos um povo de amor”, afirmou a ialorixá Mãe Martha de Oxaguiã.

O rei tem visitado vários países com o objetivo de reaproximar os afrodescendentes de suas raízes culturais africanas. Esta é a primeira vez da comitiva na América Latina. Depois de passar por Salvador, na Bahia, o Rei chegou ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira, onde permanece até o dia 13 de junho. Em sua agenda estão previstas atividades como uma cerimônia aos ancestrais no Cais do Valongo, o reconhecimento de Rio e Ifé como cidades irmãs e uma prece inter-religiosa no Cristo Redentor.

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