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16.09.2019 - 18:12 Por Comunicação Social

INOVAÇÃO COMO INDUTORA DA ECONOMIA DOS MUNICÍPIOS

  • Por Divulgação Alerj
    INOVAÇÃO COMO INDUTORA DA ECONOMIA

Representantes de municípios do Rio, do Legislativo fluminense e do BNDES reuniram-se hoje em torno do painel “Papel dos municípios na Inovação” durante a 17ª edição do Rio Info, principal evento dedicado ao desenvolvimento e fortalecimento dos negócios de tecnologia do estado. Organizada pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, a reunião conjunta da Câmara Setorial de Tecnologia e da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia da Alerj abriu espaço para a apresentação de projetos sobre inovação e empreendedorismo nos municípios de Petrópolis, Niterói, Maricá e Volta Redonda. Além da troca de ideias, a necessidade de um marco legal no estado sobre inovação foi apresentada pelos participantes.

Segundo o presidente da Anprotec, José Alberto Aranha, nos últimos anos das pessoas que deixaram o Rio por outras cidades ou países 42% delas tinha curso superior, enquanto entre os que vieram para o Rio apenas a metade (21%) tinha o mesmo grau de escolaridade. Estamos perdendo inteligência e precisamos reverter isso”, afirmou, lembrando que 45% dos empregos gerados no Brasil nos últimos anos vieram das empresas de EAC (Engenharia Auxiliada por Computador), que representam menos de 2% da ciência nacional.

“Falta ao Rio de Janeiro uma Lei de Inovação que dê balizamento legal aos ambientes de inovação locais”, disse o diretor do Ti Rio, Márcio Campos: “Podemos pegar a legislação de São Paulo, que é boa, e adequá-la à realidade dos municípios do Rio”. Bruno Mallburg, engenheiro da Área de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, reconheceu que municípios menores, por diferentes fatores, deixam de recorrer ao banco antes de desenvolver suas políticas. “Eu brinco dizendo que sou um entusiasta de que os municípios percam a vergonha e se unam em consórcios para recorrer ao BNDES. Essa união pode ser uma saída”, comentou.

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Waldeck Carneiro, ressaltou a importância da Faperj como agência de fomento, abrir linhas de pesquisa ocupando assim um papel de indutora de políticas de inovação. Waldeck defendeu ainda a ideia da criação de um fórum permanente e itinerante sobre Inovação. “Isso é para manter essa pauta viva e estimularmos a apresentação de experiências como vimos hoje aqui. Reinventando-as cada um à sua moda”, explicou.

Já para o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, os municípios estão deixando passar oportunidades. “Fala-se muito de inovação, mas diversos prefeitos não percebem que eles mesmos podem ser indutores comprando tecnologia com recursos que estão disponíveis em diversas áreas, utilizando o Código Nacional de Ciência e Tecnologia”, explicou. Essa legislação incentiva as atividades de pesquisa científica, prevê isenção e redução de impostos para importação de insumos nas empresas do setor, facilita processos licitatórios, e amplia o tempo máximo que professores universitários poderão se dedicar a projetos de pesquisa e extensão.

Cases de sucesso

Diversos cases de sucesso foram apresentados pelos municípios. A secretária de Educação, Ciência e Tecnologia de Niterói, Flávia Monteiro Araújo, apresentou entre outros exemplos os Programa Niterói Digital, que já formou 3.500 pessoas em mais de 15 cursos oferecidos. Petrópolis levou o projeto “Pitch Inova Petrópolis”, uma iniciativa inédita do poder público com o objetivo de conhecer os projetos criados nas universidades de Petrópolis. “Nós pegamos todos os projetos de estudantes que tem sinergia com as questões da cidade e levamos para uma banca de especialistas, investidores, gestores do poder público verificar o que pode ser efetivamente aplicado”, explicou secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Fiorini.

Matheus Moreira Cruz, diretor-Presidente da Empresa de Processamento de Dados de Volta Redonda, falou sobre a parceria com a gigante Oracle que permitiu cursos de programação para alunos do ensino fundamental da rede pública, as escolas de robótica e a criação da Universidade Popular que oferece cursos como manutenção de computadores. Já Thiago de Paula, Superintendente do Parque Tecnológico de Maricá, detalhou como os investimentos na ampliação do aeroporto da cidade estão sendo hoje fundamentais para a construção o Parque Tecnológico da cidade, previsto para ser construído numa área de cinco mil metros quadrados.

“Creio que essa é a primeira vez que o Rio Info se abre para um debate político”, brincou o presidente do Ti Rio, Benito Paret. “Em 1990, quando houve o encerramento da reserva de mercado, 70% dos softwares eram produzidos no Brasil e, destes, 80% no Rio. Precisamos retomar a caminhada a partir dos municípios que se colocam como territórios de inovação. Esse compromisso deve ser como um pacto de sangue. É um caminho que vem do interior para a capital”.

Para a secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha, a reunião foi importante para trazer o debate sobre o papel do Legislativo na questão da inovação. “Precisamos caminhar juntos e trocar experiências. E o Fórum pode contribuir neste processo”, exemplificou.

 

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