Daqui a dez anos, no centenário do Palácio Tiradentes, será aberta uma "Cápsula do tempo" com cartas e fotografias dos 85 parlamentares juvenis eleitos na décima edição do projeto, que é uma iniciativa da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em parceria com a Secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Seeduc). As mensagens trazem sonhos e expectativas para o futuro da democracia brasileira. Criada com objetivo de simbolizar a união da juventude fluminense, a Cápsula vem representar o sentimento dessa geração.

A cerimônia aconteceu durante o evento de encerramento da décima edição do Parlamento Juvenil, nesta sexta-feira (25/11), no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, onde também foram votados os 6 projetos de lei que serão encaminhados para o governador.

"A ideia é muito mais que uma urna contento memórias e expectativas. Ela constata que essa geração tem a força necessária para que o Rio possa dar a volta por cima e possa se reinventar e renascer.", disse o coordenador do Parlamento Juvenil (PJ), deputado Wanderson Nogueira (PSol).

A cápsula traz um recorte geográfico do estado que pode ser observado dentro cúpula, na parte superior da obra. O designer Bernardo do Amaral, responsável pela obra, acredita que seu trabalho representa o valor de cada um dos participantes. "Acredito que poder visualizar e materializar esse espaço tão grande que é o Rio de Janeiro, em uma obra tão pequena, faz com que as pessoas se entendam como uma unidade", explicou Bernardo.

Projetos de Lei

Com apenas 15 anos, Cláudio Victor Guedes, de Nova Iguaçu, é autor do projeto de lei mais votado. Com o objetivo de combater a corrupção, a proposta determina que engenheiros e gestores de contratos públicos apresentem uma explicação fundamentada caso o valor da obra contratada ultrapasse 15% do previso. "É muito gratificante ser autor do projeto mais votado. Participar do PJ é uma realização e foi muito interessante a troca de cultura com os outros municípios.", conta Cláudio.

O segundo projeto que recebeu mais votos foi de João Gabriel Viana, de Barra Mansa. A norma estabelece multa para residências, estabelecimentos comerciais e empresas que forem advertidas por focos do mosquito Aedes Aegypti mais de duas vezes.

Empatados em terceiro lugar, Alessandro Novaes, de Pirai e Manuela Ribeiro, de Rio Bonito criaram projetos referentes a educação. Alessandro propõe que parte da verba repassada pela Seeduc seja redirecionada para aulas práticas. O estudante acredita que é uma forma de melhorar a compreensão dos conteúdos que são esposos apenas de forma teórica.

A proposta de Manuela busca a inclusão social de pessoas com deficiência auditiva nas escolas estaduais, obrigando as instituições a oferecerem aulas de libras para professores e alunos. "As escolas já são obrigadas a oferecerem um interprete para os deficientes auditivos. Mas no momento que o interprete sai da sala de aula, o aluno deficiente não consegue mais se comunicar, nem com o professor nem com os outros alunos", explicou Manuela.

Matheus Telles, do Carmo, é o autor do quinto projeto mais votado. A norma estabelece que as atividades dos parlamentares juvenis não se resumem apenas na semana de vivencia parlamentar. O objetivo é que atividades aconteçam durante todo o ano de mandato, divulgando o programa em suas escolas e nas outras instituições da sua cidade e região, e criando parcerias com grêmios estudantis.

O sexto projeto escolhido é uma coautoria do parlamentar juvenil Helvis Esteff, de São Sebastião do Alto e do presidente do PJ, Ryan Moreira, de Nova Friburgo. A proposta estabelece que a doação, em vida, de medula óssea, órgãos e sangue seja critério de desempate em concursos públicos e dê isenção na taxa de inscrição em até quatro concursos. "O objetivo é fazer as pessoas reconhecerem a doação de vida para a vida e incentivar no futuro", explicou Ryan.

Também estiveram presentes o deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ), representantes da Seeduc e do Instituto Ronald McDonald.

(Texto de Julieta Casara)