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13.12.2019 - 15:54 Por Vanessa Schumacker

SECRETARIAS DE SAÚDE VÃO MONTAR PLANO DE AÇÃO PARA ATENDER MULHERES COM CONTRACEPTIVO ESSURE

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  • Por Julia Passos
    Comissão de Direitos Humanos faz audiência sobre contraceptivo oferecido em hospitais municipais
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    Defensora Pública, Alessandra Nascimento
  • Por Julia Passos
    Carla Brasil, representante da Secretaria Municipal de Saúde

As Secretarias de Saúde do município e do estado do Rio se comprometeram a fazer um plano de ação conjunto para realizar atendimentos com o objetivo de solucionar o problema das mulheres que tiveram o contraceptivo Essure implantado nos hospitais da cidade do Rio e que hoje sofrem com dores crônicas. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (13/12), durante audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O Essure é um método contraceptivo, fabricado pela Bayer, em que duas molas são colocadas, por via vaginal, em cada uma das trompas, que serão definitivamente bloqueadas, impedindo assim uma nova gravidez. Mais de três mil mulheres implantaram o Essure no estado, e Rosa Carolina Germano foi uma delas, tendo recorrido ao método em setembro de 2015. Segundo Rosa, ela foi informada de que era a alternativa menos invasiva e indolor e a única contraindicação era para quem tivesse alergia a bijuteria. "Logo na colocação, feita por vídeo, senti muita dor. Depois vieram as dores pélvicas, o aumento do fluxo menstrual, dores durante as relações sexuais, perda de cabelo, insônia, entre outros sintomas”, contou.

Rosa procurou atendimento médico no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde o procedimento foi feito. Para fazer a retirada do Essure, ela teve que se submeter a uma cesariana. "Tinha que ter tido um estudo, eu me sinto no papel de cobaia. Por que um método tão inovador como esse não tinha nas clínicas particulares?”, questionou. Rosa faz parte de um grupo com 195 mulheres que fizeram o procedimento e partilham dos mesmos sintomas.

Vítimas do Essure

Dessas 195 mulheres do grupo intitulado Vítimas do Essure Rio, somente 14 conseguiram retirar o dispositivo. Fernanda Cristina Manhães é uma dessas mulheres que aguarda a realização dos exames para se ver livre do Essure. "Quando começaram os sintomas fui diagnosticada com endometriose e mesmo sem poder cheguei a fazer tratamento com hormônios. Só após conhecer o grupo, eu percebi que tinha os mesmos sintomas. Agora, aguardo fazer os exames, mas só consegui marcar para junho de 2020", lamentou.

A Defensora Pública Alessandra Nascimento disse que caso a situação dessas mulheres não se resolva, a instituição se predispõe a acionar judicialmente para obter uma resposta rápida. "Essas mulheres estão perdidas na rede, até os médicos ma ponta estão com dificuldade de diagnosticar o que está acontecendo. Por isso, a gente pede o planejamento das secretarias, para que os hospitais atendam às mulheres de forma acolhedora e tempestiva, são mulheres que estão com a qualidade de vida comprometida", afirmou.

A Superintendente de Maternidades da Secretaria Municipal de Saúde, Carla Brasil, se comprometeu a dar uma resposta mais ágil e responsável. "Há um mês e meio foi traçado um plano de ação quando fomos informados da situação, mas parece que não atendeu a todas as demandas. Então, vamos fortalecer esse plano junto com a secretaria estadual, a defensoria pública e a representação de mulheres para das a elas desde o atendimento clínico e psicológico até a realização de exames necessários. Estamos disponíveis para essa ação", garantiu Carla.

Ela disse ainda que após obter mais informações sobre o número de mulheres afetadas pelo dispositivo pretende pedir à Bayer mais informações sobre o método. A presidente da comissão, deputada Renata Souza (PSol), disse que vai cobrar das secretarias que essas mulheres sejam atendidas em caráter de urgência. "Elas estão com problemas reais de saúde. Hoje, garantimos o compromisso das secretarias de unirem forças nesse momento para atender a essas mulheres. Isso é fundamental que aconteça", disse a parlamentar.

 

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