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07.06.2017 - 15:20 Por Elisa Calmon

MÃE BEATA DE IEMANJÁ RECEBE HOMENAGEM PÓSTUMA NA ALERJ

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  • Por Guilherme Cunha
    Mãe Beata de Iemanjá recebe homenagem póstuma na Alerj.
  • Por Octacílio Barbosa
    Foto geral do evento
  • Por Octacílio Barbosa
    Os filhos da Mãe Beata
  • Por Octacílio Barbosa
    Os filhos de Mãe Beata

Nesta quarta-feira (7/6), o plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) se vestiu de branco para homenagear, Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Iemanjá. Os 86 anos de vida e militância da líder religiosa foram celebrados ao som de atabaques, instrumentos típicos das religiões de matrizes africanas, durante a entre ga da Medalha Tiradentes, mais alta condecoração concedida pela Alerj. A homenagem póstuma, iniciativa do deputado Marcelo Freixo (PSol), foi entregue pelo parlamentar aos filhos da mãe de santo, que faleceu no dia 27 de maio. Na ocasião, o governador decretou luto oficial de três dias no estado pela morte dela.

“A Mãe Beata é uma figura de resistência. Além de simbolizar uma fé perseguida historicamente, ela representa a esperança, pois lutou contra o racismo, a homofobia e o machismo. Esse foi o dia mais bonito que já presenciei no Parlamento”, disse Freixo. Os deputados Flávio Serafini (PSol), Gilberto Palmares (PT), Eliomar Coelho (PSol) e Luiz Paulo (PSDB) também participaram da homenagem.

A trajetória da Mãe Beata

A ialorixá, nomenclatura dada aos pais e mães de santo, nascidos na Bahia, chegou ao Rio de Janeiro em 1969. Há 32 anos, fundou o terreiro Ilê Omi Oju Arô em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O centro religioso, considerado patrimônio cultural, tornou-se uma referência para a comunidade. Além de festas e rituais do Candomblé, o local recebe também oficinas de dança, música e geração de renda.

Para Adailton Moreira Costa, filho da homenageada, a celebração é um reconhecimento de que, através de ações como essas, as religiões de matrizes africanas cumprem um importante papel social. “Essa medalha vai além da valorização das lideranças religiosas da Umbanda, Candomblé e outras nações. Ela demonstra como essas crenças contribuem diretamente na construção da história econômica e política do país”, afirmou.

Fé e militância

A líder religiosa acumulava muitas funções. Conciliava a fé com a costura, o artesanato, a pintura e também a militância. Mãe Beata era presidente da Ong Criola (organização de mulheres negras que atua contra o racismo e o sexismo), integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM, conselheira do Projeto Ató Ire – Saúde dos Terreiros e, também, da Ong Viva Rio.

“Quando minha mãe recebia um prêmio, sempre dizia que não era só dela, mas de todos os filhos mortos e de todas as mães que choram. Ela falava que era uma homenagem a todos os povos africanos que lutaram por igualdade e contra o racismo. Tenho certeza de que ela está aqui agradecendo a todos nós”, disse Doya Moreira, filha da ialorixá.

 

 

 

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