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21.07.2016 - 19:06 Por Buanna Rosa

Leis estaduais para autistas serão alteradas por comissão

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  • Por Thiago Lontra
    Comissão da Pessoa com Deficiência
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    Comissão da Pessoa com Deficiência
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    Comissão da Pessoa com Deficiência

A Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai incluir nas Leis estaduais vigentes, que tratam do autismo, a especificação do atendimento a adultos. "Muitos pais com filhos maiores de 18 anos encontram dificuldades na hora de cobrar o cumprimento das leis, que na maioria dos casos, só asseguram os direitos de crianças e adolescentes", justificou o presidente da comissão, deputado Márcio Pacheco (PSC).

A informação foi divulgada durante audiência pública nesta quinta-feira (21/07). Também estiveram presentes as deputadas Ana Paula Rechuan (PMDB) e Márcia Jeovani (DEM).

Segundo a representante do Movimento Orgulho Autista do Brasil (MOAB-RJ), Claudia Moraes, a cada 68 pessoas uma tem autismo no Brasil. Apesar do número expressivo, Cláudia explica que os diagnósticos são tardios. Seu filho só foi diagnosticado com autismo dez anos após a primeiro consulta. "Ele ainda era criança quando foi diagnosticado, mas poderia ter descoberto já adulto, o que seria muito pior na busca por tratamento e na reinserção dele na sociedade", explicou Cláudia.

A representante da MOAB também ressaltou que é preciso tratamento contínuo. "Se esse paciente não for acompanhado durante toda vida, o trabalho realizado na infância vai perder qualidade e o paciente pode retroceder", disse Cláudia, acrescentando que o adulto com autismo precisa ser preparado para trabalhar e estimulado a realizar atividades comuns. "Muitos adultos sofre perdas nessa fase, o trabalho é uma forma de se manter ativo."

Internação
Claudia relatou a dificuldade de encontrar profissionais e clínicas que atendam adultos autistas no Rio. "Precisei internar meu filho quando ele teve um surto e só consegui uma clínica no interior do estado de São Paulo", contou. Na época, Cláudia gastou R$ 8 mil com a internação de um mês do filho. "Se fosse hoje, com essa crise, eu não teria como pagar por isso. O que mais nos entristece é que nós não temos direito de morrer, se não os nossos filhos não terão com quem ficar", desabafou.

O presidente da comissão propôs criar um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de que haja no Rio um Centro Estadual de Política Pública para Pessoas Autistas. "Queremos incluir no projeto de lei 748/16 apresentado pela deputada Martha Rocha (PDT) esse modelo de clínica", adiantou o parlamentar.

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