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20.10.2017 - 16:00 Por Elisa Calmon

CÂNCER DE MAMA: MULHERES NEGRAS E SOROPOSITIVAS ENCONTRAM DESAFIOS NA PREVENÇÃO

  • Por Thiago Lontra
    Desafios enfrentados pelas mulheres soropositivas e terapias complementares é tema da roda de conversa

No Brasil, 41,5% das mulheres negras com mais de 40 anos nunca fizeram mamografia contra 26,7% entre a população feminina branca, segundo dados da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir). Para Isabel Cruz, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), essa parcela da população ainda encontra dificuldades para acessar o serviço público de saúde. Nesta sexta-feira (20/10), o assunto foi tema de um debate promovido pela Comissão de Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em comemoração ao Outubro Rosa.

“No Sistema Único de Saúde (SUS) a discriminação existe na atenção primária, mas é duplicada no atendimento de doenças como o câncer e a AIDS. Por isso, precisamos implementar medidas que desconstruam o racismo institucional e respeitem o direito que todo ser humano tem à saúde”, disse a especialista que comanda o Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra (Nesen) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Desafios para as mulheres soropositivas

As dificuldades encontradas na prevenção ao câncer de mama por mulheres positivas também fez parte do encontro. Os especialistas destacaram a “feminização” do vírus da AIDS no Brasil. Em 1989, a cada seis homens infectados, uma mulher era diagnosticada, enquanto em 2013, a proporção passou a ser de 1,7, de acordo com um levantamento realizado pelo Programa DST/AIDS da Prefeitura de São Paulo.

Terapias complementares

As terapias complementares, como os florais e o Reiki, podem ser importantes aliados das mulheres soropositivas e com câncer de mama, defendeu Carla Araújo, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e adepta dessas técnicas. A especialista explica que esses tratamentos não anulam a necessidade do tratamento tradicional e são, na verdade, um complemento.

“As terapias podem contribuir com o processo terapêutico do indivíduo porque elas entendem a pessoa como um ser mais amplo do que apenas o corpo físico. Dessa forma, ajuda no equilíbrio da paciente e, consequentemente, no enfrentamento do câncer e também da Aids”, afirmou Carla.

Efeito multiplicador

A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos da Mulher, destacou a importância de debater temas como o preconceito e o aumento de incidência da doença entre a população feminina. “Trazer questões como o preconceito durante o Outubro Rosa é essencial. As pessoas que participaram da discussão vão levar o tema adiante, ampliando a conscientização”, explicou a parlamentar.

O Outubro Rosa é uma oportunidade de gerar esse efeito multiplicador, segundo a deputada Tia Ju (PRB), que mediou o debate. “A informação é essencial nesse momento para ajudar as mulheres a encararem os desafios apresentados pela vida. Dessa forma, independente da situação, elas são estimuladas a amarem a si mesmas e a se cuidarem”, disse.

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