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13.06.2019 - 17:50 Por Comunicação Social

CONTINGENCIAMENTO DE VERBAS NA EDUCAÇÃO PODE COLOCAR EM XEQUE PLANOS DE EXPANSÃO DO ENSINO TECNOLÓGICO NO PAÍS

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  • Por Michell Albuquerque
    CONTINGENCIAMENTO DE VERBAS NA EDUCAÇÃO PODE COLOCAR EM XEQUE PLANOS DE EXPANSÃO DO ENSINO TECNOLÓGICO NO PAÍS
  • Por Michell Albuquerque
    CONTINGENCIAMENTO DE VERBAS NA EDUCAÇÃO PODE COLOCAR EM XEQUE PLANOS DE EXPANSÃO DO ENSINO TECNOLÓGICO NO PAÍS

O contingenciamento de verbas na área da educação pode colocar em xeque os planos de expansão do ensino tecnológico no país nos próximos anos. O número de cursos de graduação no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) aumentou 142% em sete anos. Em 2011, eram 14 cursos, saltando para 34, em 2018. O dado foi divulgado durante a terceira e última audiência pública da Jornada do Corte Federal, realizada pela Comissão de Economia, Indústria e Comércio, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta quinta-feira (13/06), no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Campus da Praia Vermelha, Zona Sul do Rio. Esse prognóstico foi feito pela diretora de Gestão Estratégica do Cefet, Célia Machado Guimarães e Souza.

“Hoje, com o corte, não há mais chance de abrir novos cursos. Tínhamos o projeto de disponibilizar oito restaurantes nos nossos campi e não o faremos mais. Não há recursos”, explicou a diretora de Gestão Estratégica.

Em março, o governo federal anunciou o contingenciamento de R$ 1,9 bilhão da Educação - sendo que R$ 205, 1 milhões são de instituições federais de ensino do Rio. No estado, a redução de verbas do ministério pode fazer com que as instituições demitam, inicialmente, 2,5 mil funcionários. De acordo com o presidente da Comissão de Economia da Alerj, deputado Renan Ferreirinha, se o contingenciamento não for revertido, as atuações de universidades e institutos serão reduzidas. “Cursos que seriam ampliados em 2020 não serão mais. Se o governo contingenciar mais verbas, não haverá como manter algumas turmas. Não há como fazer milagre. As universidades e institutos federais já estavam funcionando com orçamento bem reduzido. Com o corte financeiro, elas podem parar até o fim do ano. A medida vai agravar a crise econômica do Rio, afirmou.

Educação em risco

A economista e professora da UFRJ, Esther Dweck, também reprova a medida do governo de retirar verbas da Educação. Segundo Esther, ao cortar gastos, e assim prejudicar a formação de mão de obra qualificada, o governo está impedindo que mais pessoas possam gerar receita para o Estado. “A chance de irmos para o buraco é enorme. Essa crise é semelhante a dos anos 1980. Acontece que nos anos 1980, a retomada foi rápida. O governo atual decidiu não investir e esperar o setor privado voltar. Mas não vemos isso acontecer. Após a Crise de 1929, o governo americano investiu no café e fez o país sair da grave recessão. Mas o Brasil, pelo contrário, adota a política de corte de gastos”, lamentou.

A economista ressaltou ainda que a decisão do governo federal apresenta riscos gravíssimos para o futuro do país. “O primeiro é social e atinge o futuro os jovens. Eles não vão ter acesso à Educação ou terão um sistema educacional de má qualidade. Assim, dificilmente vão arrumar emprego. Nesse cenário, a crise só aumenta”, reforçou Esther.

Encerrado o período de audiências públicas da Jornada do Corte Federal, o deputado Renan Ferreirinha vai começar a produzir um relatório com os dados coletados e com pesquisas feitas por sua equipe. O documento deve ficar pronto em 30 dias e será entregue aos governos federal e estadual. “Vamos reunir as informações levantadas pela Jornada do Corte Federal e preparar o relatório. O objetivo é sugerir medidas que possam evitar que a crise financeira do estado fique ainda pior. Até aqui, percebemos que as universidades e institutos federais estão passando por um processo de asfixia que vai atingir a economia fluminense, principalmente das cidades do interior. Asfixiar a Educação é matar o nosso futuro”, disse Ferreirinha.

Também participaram da audiência Ricardo Summa, professor e pesquisador do Instituto de Economia da UFRJ; Mauro Osório, presidente do Instituto Pereira Passos; Aline Morais, diretora de planejamento estratégico do Instituto Federal Fluminense (IFF); e Julio Page de Castro, diretor de Extensão e Tenologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

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