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25.05.2020 - 22:29 Por Comunicação Social

PRESIDENTE DA ALERJ DISCUTE DEMANDAS DO SETOR ATACADISTA DURANTE e PÓS-PANDEMIA

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  • Por Reprodução de Tela
    PRESIDENTE DA ALERJ DISCUTE DEMANDAS DO SETOR ATACADISTA DURANTE e PÓS-PANDEMIA
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    PRESIDENTE DA ALERJ DISCUTE DEMANDAS DO SETOR ATACADISTA DURANTE e PÓS-PANDEMIA

Carga tributária, união entre os setores e descentralização da indústria foram temas debatidos na reunião.

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), participou nesta terça-feira (25/05) de reunião por videoconferência realizada pela Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro (Aderj) em que foram debatidas estratégias para o setor durante e pós-pandemia de coronavírus. Ao longo do encontro, discutiu-se a necessidade de uma revisão da carga tributária e da descentralização da indústria para o interior do estado.

Atualmente, a indústria emprega cerca de 554 mil pessoas no estado do Rio e, mesmo assim, importa de outros estados 80% do material utilizado. Foi o que afirmou Sérgio Duarte, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentos do Município do Rio de Janeiro (Siarj), ao falar sobre os impactos da diferença tributária entre estados vizinhos. “Vejam só o potencial que nós temos de gerar empregos e melhorar a vida no interior fluminense”, comentou.

Um dos exemplos citados na reunião foi o plástico, material utilizado em larga escala pela indústria. Por conta da diferença tributária, o Rio é o sexto maior produtor de plástico, mesmo sendo o segundo maior consumidor do país. “O atacadista do Rio é mais caro do que em Minas e São Paulo porque temos outros impostos que eles não têm”, reiterou Joilson Barcelos, presidente da Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado (Aderj). “Apesar de termos matéria prima, mão de obra e condições de produção, eu compro minhas embalagens fora do Rio porque aqui perco em carga tributária”, completou.

Atento às explanações, o presidente da Alerj destacou a importância de reduzir a importação nos próximos anos e lembrou que a concessão de benefícios deve ser embasada em estudos técnicos que prevejam a rentabilidade da medida tanto para quem produz quanto para os cofres do Estado. “Muitas vezes, com a redução de impostos, temos uma arrecadação maior do que é perdido com benefícios”, declarou Ceciliano, que foi convidado pela Aderj para participar do debate.

O parlamentar também observou que está em vigor a Lei Complementar 160/17, que permite que o Estado do Rio “copie” benefícios concedidos em estados vizinhos para desestimular a saída de empresas do território fluminense. O presidente do Legislativo ainda se comprometeu a encaminhar as demandas do setor ao Secretário estadual de Fazenda, com quem se reunirá na próxima quinta-feira (28/05).

“Vamos nos reunir com o setor, com as pessoas que têm experiência, para definir o que precisa ser feito. Ainda necessitamos conversar sobre as medidas porque a substituição tributária, por exemplo, pode encarecer o produto; e na ânsia de o governo arrecadar, ele pode acabar perdendo competição”, alertou o deputado.

De acordo com os representantes do ramo atacadista, a Secretaria de Fazenda já possui um estudo, em fase final, com uma nova proposta tributária para o setor.

Cadeia estratégica e descentralização

Ao longo do debate, o mediador e jornalista Sidney Rezende provocou os participantes ao afirmar que “quando o bicho pega, pega na ponta também”, em referência à crise do coronavírus e o impacto tanto no setor atacadista quanto no comércio varejista. “Vocês fazem parte de uma cadeia estratégica. Cada setor tem suas dificuldades, mas está um colado no outro”, disse.

A afirmação ganhou coro entre os presentes. Fabio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado (Asserj), destacou que esse é um “momento de parceria, sobretudo no pós-pandemia”, seja em relação aos varejistas como a outros setores econômicos, entre eles a cultura e o turismo. “Vai ser dessa forma que encontraremos saídas para nos livrarmos do rombo econômico”, comentou.

Os empresários também discutiram a importância da descentralização da indústria. “Quando você vai para o interior, há um maior desenvolvimento na região, com mais empregos, trazendo gente de outros setores, o que pode aumentar a arrecadação do estado como um todo”, salientou Duarte, da Siarj.

A saída para a crise e a pluralidade da economia fluminense, como lembrou o presidente da Alerj, já é preocupação do parlamento. Ceciliano explicou que foi criada uma nova estrutura na Alerj para discutir perspectivas de arrecadação e saídas para diferentes setores econômicos. “Em 2017, o setor agropecuário representou apenas 0,47% do nosso PIB e, quando se olha o diagnóstico, você vê que o maior empregador é a capital, seguida por Campos. Algo está errado”, comentou. “Também vamos focar no monitoramento desses recursos. É inconcebível, por exemplo, que não tenhamos uma estrutura para fiscalizar os royalties do petróleo, nossa segunda maior receita”, finalizou o parlamentar.

 

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