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15.08.2017 - 16:21 Por Buanna Rosa

EX-FUNCIONÁRIOS DA VARIG DEVEM VOLTAR A RECEBER RECURSOS DE BENS LEILOADOS

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  • Por Octacílio Barbosa
    Administradores judiciais da Varig prestam esclarecimentos à CPI da Alerj
  • Por Octacílio Barbosa
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O atual administrador judicial da Varig, Wagner Bragança, anunciou que pretende retomar, até outubro, os pagamentos aos ex-funcionários da Varig, do valor arrecadado com o leilão dos imóveis, lojas e obras de arte da empresa, realizado em 2015. O montante de R$ 70 milhões, dividido entre os credores trabalhistas, estava suspenso por decisão judicial desde junho desse ano. A informação foi divulgada durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os desdobramentos da recuperação judicial e da falência da Varig, nesta terça-feira (15/08).

O pagamento foi interrompido após a acusação de que alguns beneficiários estariam recebendo duplicado. “Precisamos avaliar a prestação de contas que foi feita, corrigir os erros e liberar o retorno dos pagamentos. Embora esses valores sejam apenas uma parcela ínfima do total que se deve aos credores, certamente esse dinheiro faz falta. Espero ter condição de, em pouquíssimos dias, analisar o processo para que seja retomado o rateio”, explicou Bragança.

A ex-comissária de bordo, Angela Arend, explicou que o valor foi dividido de acordo com a quantia que cada funcionário teria para receber, sendo o valor máximo de R$ 9.109 por pessoa. “Esse valor estava sendo descontado da dívida da nossa rescisão. Mas muitos ainda nem viram a cor desse dinheiro e outros só receberam uma parte", afirmou.

Falência fraudulenta

O presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PSol), aproveitou o encontro para questionar Wagner Bragança sobre a possibilidade da falência da Varig, anunciada em 2010, ter sido fraudulenta. “Alimento poucas dúvidas quanto a isso. No decorrer do nosso trabalho vai ficando claro que foram realizadas ações deliberadas para sucatear a Varig e entregar o patrimônio a alguns cúmplices de sempre”, enfatizou o parlamentar.

Já o ex-administrador judicial da Varig, Gustavo Licks, que decretou a falência da empresa em 2010, afirmou que não teve dúvidas quanto a decisão apresentada no relatório. “Tenho convicção de que fiz um trabalho correto e não tenho medo da investigação”, declarou.

Bragança disse que ainda não poderia falar sobre o assunto, mas adiantou que dentro de 80 dias produzirá um relatório com as circunstâncias da falência. "Eu ainda não tive acesso a todos os documentos, por isso não tenho como falar do assunto agora. Mas se eu encontrar algo que não esteja correto vou pontuar no documento”, reforçou.

O deputado Luiz Paulo (PSDB) propôs aos deputados Chico Machado (PDT), Tio Carlos (SDD), Bebeto (PDT) e Paulo Melo (PMDB) que também estavam na reunião, que o relatório fosse apresentado em audiência pública. A decisão foi aceita e a reunião será agendada.

Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho

O atual gestor também afirmou que vai receber os ex-funcionários da companhia para tratar do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho, documento obrigatório na demissão, que muitos alegam terem recebido em branco. “Não tenho ideia do porquê esse documento foi entregue em branco, mas o direito dos trabalhadores deve estar reconhecido dentro do quadro geral de credores. Por isso, sugeri que analisássemos caso a caso”, disse

O caso Varig

Fundada em 1927, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Varig viveu seu apogeu até a década de 1970, e sangrou com a má gestão e o congelamento de tarifas nas décadas de 1980 e 1990.

Enterrada em dívidas de R$ 7 bilhões, a Varig mergulhou em profunda crise a partir de 2005, quando passou por processo de recuperação judicial, que se arrastou até 2009. A falência foi finalmente decretada em 2010. As demissões começaram em 2006. Além dos funcionários demitidos, muitos aposentados ficaram sem receber seus benefícios, que eram pagos pelo fundo de pensão Aerus.

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