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15.03.2018 - 18:12 Por Camilla Pontes

ALERJ SUSPENDE ORDEM DO DIA E DEPUTADOS PRESTAM HOMENAGEM À VEREADORA MARIELLE FRANCO

  • Por Mídia Ninja
    Vereadora Marielle Franco

Não houve votação de projetos de lei nesta quinta-feira (15/03) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Os deputados fizeram um minuto de silêncio e homenagearam a vereadora Marielle Franco, do PSol, assassinada nesta quarta à noite na região central da capital do Rio. O carro em que ela estava foi alvejado com nove tiros. O motorista Anderson Gomes também morreu baleado.

Marielle Franco tinha 38 anos e foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016, com 46.502 votos. Socióloga e mestra em Administração Pública, coordenou por anos a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, onde deixou marcas, atuando sempre com determinação, garra e alegria mesmo nos momentos difíceis. Ela deixa uma filha de 19 anos.

Em nota divulgada à imprensa, a Casa comunicou o luto oficial por três dias e vai acompanhar de perto as investigações para que os responsáveis por este crime sejam rapidamente identificados e punidos. O presidente em exercício da Alerj, André Ceciliano (PT) disse que é preciso esclarecer o crime o mais rápido possível: “O Rio sofre um momento difícil, uma violência desmedida, estamos sob intervenção federal na área da Segurança e a gente precisa que a polícia dê uma resposta o mais rápido possível, porque é fundamental esclarecer esses assassinatos”.

Deputados se manifestam

Representando a bancada do PSol, o deputado Eliomar Coelho lamentou a perda de sua colega de partido. “Ela era uma militante corajosa, combativa e que defendia com afinco o que era de sua convicção: as mulheres, os negros, a população LGBT, os indígenas. A Marielle era essa voz guerreira, por isso estamos sofrendo, mas vamos continuar o que foi plantado por ela com amor”.

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Casa, a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) comentou que o crime abalou a todos que acreditam numa proposta de igualdade: “Ela teve uma história de vida vitoriosa. Saiu da favela e lutou muito, não só pelas mulheres, mas por todos que precisam ter voz no parlamento”.

“A morte de Marielle não é só a execução de uma mulher brilhante, que superou dificuldades e fez uma trajetória incrível. A morte dela também representa um ataque à democracia e ao estado democrático de direito. Não tenho dúvidas de que a Polícia Civil, em um tempo razoável, vai conseguir solucionar esse crime bárbaro", afirmou a presidente da Comissão de Segurança da Casa, deputada Martha Rocha (PDT).

O presidente da Comissão de Combate às Discriminações, Carlos Minc (PSB), afirma que é preciso ficar atento para esse tipo de crime. “Temos que ficar atentos porque, além de muito trágico, é um fato novo que não acontecia, que é a execução de políticos. Isso leva a violência para outro patamar. Quem executou e qual é o recado que querem dar com isso?”, indaga.

Para o líder do PSDB, deputado Luiz Paulo, o crime em si é um atentado ao estado democrático de direito. “As diferenças, as lutas políticas, as lutas sociais têm que ser respeitadas. Com o crime, a gente não constrói nada, por isso que é revoltante. Pela pessoa que era ela, pelo que representava e por ferir o estado democrático de direito”, pontua.

O corpo de Marielle Franco foi velado na Câmara Municipal e seguiu para o Cemitério do Caju, na zona central da capital, onde foi enterrado.

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