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16.09.2021 - 18:30 Por Maria José de Queirós

ALERJ: DISQUE-DENÚNCIA PODE SER USADO NO COMBATE AO ROUBO DE CABOS DE ENERGIA E TELEFONIA NO ESTADO

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  • Por Octacílio Barbosa
    O deputado Átila Nunes (MDB)
  • Por Octacílio Barbosa
    ALERJ DEBATE ROUBO DE CABOS
  • Por Octacílio Barbosa
    Zeca Borges, coordenador do Disque Denúncia
  • Por Octacílio Barbosa
    ALERJ DEBATE ROUBO DE CABOS


A iniciativa foi alinhada em reunião na Assembleia Legislativa com representantes de empresas do setor, do governo, e do Disque-Denúncia. Em 2020, foram furtados cinco milhões de metros de cabos; e este ano houve aumento de 85% das ocorrências de roubos de equipamentos.



Novas medidas para combater o furto e roubo de cabos de energia e telefonia foram temas do encontro, nesta quinta-feira (16/09), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Com a presença do presidente da Casa, André Ceciliano (PT), a reunião sugerida pelo deputado Átila Nunes (MDB) teve como objetivo reunir representantes do governo do estado, da prefeitura, das forças de segurança, empresas e concessionárias de energia e telefonia a fim de debaterem soluções para a grave situação. A principal decisão foi a realização de uma campanha por meio do Disque-Denúncia para tentar coibir esse tipo de crime. “Toda a iniciativa só da certo com o apoio da população”, afirmou Zeca Borges, idealizador e coordenador do programa.

Ceciliano disse que é preciso ouvir todos os lados envolvidos no problema. “Precisamos contar com o compromisso de colaboração das pessoas que adquirem esse tipo de material. Somente assim poderemos avançar. Por isso, estamos realizando reuniões com todos os elos do segmento”, comentou.

Segundo o deputado Átila Nunes, é preciso uma grande aliança para o enfrentamento do problema. “A Alerj vem desempenhando um papel importante ao aprovar leis sobre o assunto e na intermediação de situações como essa. Temos que levar em conta que as concessionárias estão com o prejuízo material, mas a população também sofre com a falha nos serviços devido a esses crimes. Só a SuperVia teve mais de 800 viagens suspensas, diversos semáforos estão parados e, agora, sabemos que os grampos que prendem os trilhos estão sendo furtados, e isso pode provocar risco de acidentes de grandes proporções. Nossa proposta é fazer uma campanha junto com o Disque-Denúncia, com possibilidade de recompensar àqueles que denunciarem”, afirmou o deputado.

O debate contou com a participação do secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione; do secretário municipal de Ordem Publica, Brenno Carnevale Nessimian; do presidente do Metrô Rio, Guilherme Ramalho, e de representantes da Enel, SuperVia, Metrô, Light, Rio Luz, Naturgy, Oi e Conexis. Eles deram depoimentos sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor e contribuíram com sugestões para o combate a essa situação.

Representante das operadoras de telecomunicações, Marcos Ferrari divulgou números que dão a exata noção da gravidade do problema: no ano passado foram furtados cerca de cinco milhões de metros de cabos. De acordo com ele, este ano houve um aumento de 85% das ocorrências, sendo que casos de furtos de equipamentos cresceram 114% e de cabos subiram 41%. Segundo divulgado pela Oi na reunião, o Rio de Janeiro é responsável por 70% dos cabos furtados na companhia em todo o país.

Já o diretor do Departamento de Policia Civil Especializada, delegado Felipe Curi, falou sobre a sanção da Lei 9.169/21, que estabelece a aplicação de medidas administrativas de prevenção e combate a esse tipo de crime, regulamentada através do Decreto 47.752/21. “Essa lei foi importante para o enfrentamento do problema, mas a legislação criminal acaba facilitando a reincidência dos crimes“, pontuou. O decreto determina um prazo de 90 dias para que os comerciantes possam se adequar à legislação. “O objetivo é que as boas empresas de reciclagem desses produtos, que não compram material oriundo de roubos, possam trabalhar em paz e se adequem às normativas”, completou.

Curi disse ainda que a operação ´Caminho do Cobre´, realizada em julho passado, prendeu 40 criminosos, recuperou 200 toneladas de material e interditou 13 estabelecimentos. A operação se repetiu e culminou com a organização da Força Tarefa para enfrentamento dos crimes.

Para o subsecretário operacional da Secretaria da Policia Militar, Coronel Rogério Lobasso, diagnosticar a mancha criminal foi fundamental, já que dessa forma foi possível realizar ações que resultaram na apreensão de materiais furtados. “Estamos utilizando os serviços de inteligência da corporação a fim de agir preventivamente”, observou.

O coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges, avaliou que encontros como estes são fundamentais para chegar a soluções. “No passado, realizamos muitas vezes seminários para debater determinados tipos de crime que aconteciam com frequência, como foi o caso do sequestro numa determinada época. “Sem o auxílio da população não chegaremos muito longe”, reafirmou.

Aplicativo contra roubo

Após a reunião, o presidente da Alerj e o deputado André Correa (DEM) se encontraram com representantes de empresas de reciclagem, das forças de segurança e com o diretor da Associação de Recicladores do Estado do Rio (ARERJ), Michel Assef. Propostas como a implementação de um aplicativo, desenvolvido pela ARERJ - que vai ajudar a encontrar produtos furtados e possibilitar maior aproximação dos trabalhadores do seguimento com as concessionárias e a segurança pública -, foram apontadas como caminhos para que se possa reduzir os índices desse tipo de delito.

“É uma ferramenta que permite formar uma sinergia entre as concessionárias e a cadeia produtiva de reciclagem. Precisamos que este aplicativo seja disponibilizado para todos. É preciso encontrar uma forma que não marginalize a atividade dos recicladores. Hoje, muitos têm dificuldades para obter alvará, licenciamento ambiental e se adequar a todas as normas”, explicou Assef.

Para André Correa, é preciso haver um canal de comunicação entre os trabalhadores do setor, as concessionárias e as polícias a fim de facilitar a informação.

Segundo Bruno Queiroz, integrante do grupo de recicladores, hoje existem 6. 200 empresas atuando no ramo no Estado do Rio: “Esta é uma atividade que envolve 1,4 milhões de pessoas. Não podemos ficar sem trabalhar, e essa conversa foi muito produtiva”.

 

 

 

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