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17.06.2019 - 21:03 Por Buanna Rosa

TAC FOI ENCAMINHADO À DIREÇÃO DO HOSPITAL DA MULHER DE CABO FRIO E UNIDADE TERÁ 60 DIAS PARA REGULARIZAÇÃO

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  • Por Octacílio Barbosa
    CPI do Hospital da Mulher em Cabo Frio
  • Por Octacílio Barbosa
    CPI do Hospital da Mulher em Cabo Frio
  • Por Octacílio Barbosa
    CPI do Hospital da Mulher em Cabo Frio

No último dia 12 de junho, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) apresentou à direção do Hospital da Mulher de Cabo Frio um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com 55 itens a serem regularizados na unidade. Segundo o coordenador de Vigilância e Fiscalização da SES, Carlos Alberto Dias, a direção terá um prazo de, no máximo, 60 dias para resolver os problemas apontados. A informação foi compartilhado durante reunião, nesta segunda-feira (17/06), da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga as mortes de recém-nascidos na unidade. A audiência pública foi realizada na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na subseção do município de Cabo Frio.

“A maioria dos itens era de resolução imediata, mas alguns tinham de 15 a 60 dias para serem solucionados, de acordo com a capacidade de resposta, considerando as dificuldades burocráticas. Caso o hospital não cumpra com o prazo, serão realizadas medidas cabíveis, podendo chegar inclusive à interrupção das ações e da manutenção do atendimento a população”, relatou Dias. Entre os problemas a serem corrigidos estão a falta de medicamentos, o número insuficiente de profissionais de saúde e a superlotação da maternidade.

O Ministério Público também informou que foi instalado um inquérito civil e que peritos da instituição estão analisando os casos de óbitos de bebês na unidade. Segundo a promotora Luciana Pereira, a instituição também está aguardando o relatório final da CPI para avaliar quais providências ainda podem ser tomadas. “Estamos dispostos a ajudar e acabar com esse problema que o Ministério Público vem acompanhando desde 2016”, afirmou Luciana.

Problemas na saúde em geral

Para o morador do município e médico na região desde 2001, Marcelo Paiva Paz de Oliveira, o problema na saúde pública de Cabo Frio vem se agravando a cada ano. “Não existe mais investimento na área da saúde. A mortalidade materna aqui na região é sete vezes maior do que o admitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Hoje a CPI analisa o problema da mortalidade neonatal, mas a realidade é que não só bebês, como também muitas mães estão morrendo, como mostram as estatísticas. Mudanças precisam ser feitas urgentemente”, pontuou Marcelo.

Após ouvir as reclamações, a relatora da Comissão, deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) propôs convocar uma junta interventora para analisar todas as áreas da saúde do município. “Estamos recebendo muitas informações, principalmente de pessoas de fora do hospital, como familiares, conselhos técnicos e médicos especializados, mas precisamos ter conhecimento do que acontece dentro da unidade. Por isso, o ideal seria instalar uma junta médica. A solução dada pela prefeitura para resolver o problema da maternidade foi exonerar os antigos diretores da unidade, mas isso não resolve o problema. Queremos que o atendimento melhore e nesse sentido a criação desse grupo contribuiria bastante”, explicou a parlamentar.

Prorrogação dos trabalhos

A presidente da CPI, deputada Renata Souza (PSol), informou, ainda, que vai solicitar ao plenário da Casa a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 60 dias. “Queremos apresentar um relatório final consistente e assertivo e, por isso, vamos precisar desse prazo maior para finalizar os trabalhos. Sem dúvida nenhuma pretendemos responsabilizar quem levou os bebês a óbito. E ter vindo hoje a Cabo Frio foi fundamental para os nossos trabalhos e para o relatório”, explicou a parlamentar.

O secretário Municipal de Saúde de Cabo Frio, Antônio Carlos Vieira, o prefeito Adriano Guilherme Moreno e representantes da Câmara dos Vereadores foram convidados, mas não compareceram à reunião. “A falta deles nessa reunião foi muito prejudicial para o diálogo com o Legislativo. Ouvimos vários relatos da população e eles perderam a oportunidade de colaborar. Vale ressaltar que a CPI saiu do Rio e veio a Cabo Frio para facilitar o diálogo com esses gestores, que demonstraram não querer conversar”, concluiu a deputada. Também estiveram na reunião os deputados Subtenente Bernardo (PROS) e Dr. Serginho (PSL).

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