Tetracampeão mundial pela Seleção Brasileira, o ex-jogador Cláudio Ibrahim Vaz Leal, popularmente conhecido como Branco, recebeu na noite desta terça-feira (28/6) o Título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, em solenidade realizada no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Essa é uma das maiores honrarias concedidas pelo Parlamento fluminense. O eterno lateral-esquerdo e ídolo do Fluminense recebeu a condecoração através de proposta dos deputados André Ceciliano (PT) e Bebeto (PSD), ex-jogador também e companheiro de seleção de Branco na histórica conquista da Copa de 94.

Atualmente, Branco é coordenador de futebol das categorias de base masculinas do Brasil, tendo sido campeão olímpico nos Jogos de Tóquio. Na sua vitoriosa trajetória, o ex-jogador conquistou 38 títulos, uma marca muito expressiva. Branco agradeceu a Alerj pela honraria recebida e relembrou momentos importantes de sua carreira.

"É o tipo de momento que emociona, a história não é fácil, desde sempre foi construída com muito suor. Deus sempre foi generoso comigo. Sempre vale a pena todo o nosso esforço, para deixar um bom legado. Queria agradecer a todos e me sinto muito orgulhoso de estar aqui. Na verdade, estou representando o povo brasileiro" disse Branco.

O deputado André Ceciliano destacou que mais do que uma homenagem, a solenidade era uma ocasião para celebrar a vida de uma figura tão importante para o esporte nacional. Branco passou 17 dias internado por conta da covid-19, chegou a ir para a UTI, mas conseguiu se recuperar.

"Este é um momento muito especial. Mais do que uma justa homenagem, é uma grande oportunidade para celebrarmos a vida. Branco venceu a covid-19 e graças a Deus ficou bem. Nos sentimos honrados em poder homenageá-lo nesta casa hoje. Em um dos poemas mais famosos de Fernando Pessoa, o poeta já dizia "tudo vale a pena se a alma não é pequena". E em sua trajetória Branco é um exemplo para todos nós." disse Ceciliano.

Presidente da Comissão de Esportes da Alerj, Bebeto (PSD) lembrou da amizade com Branco desde os tempos de seleção. "É um irmão que a vida me deu e um ser humano ímpar. Muitos aqui não sabem, mas Branco teve um problema no nervo ciático, em 94, e quase foi cortado da Copa. Com a ajuda do departamento médico se curou, entrou no jogo contra a Holanda e fez o gol histórico que consagrou a nossa vitória. Você é merecedor de todas as homenagens. Eu me sinto honrado de poder estar aqui", disse Bebeto.

Chiara André Ribeiro, filha de Branco, ressaltou a humildade e o talento do pai. "Hoje, eu vejo o meu pai aqui como Branco, mas ele é o Cláudio. O ensinamento principal que ele passou para mim e para a minha família é a humildade. Não esquecer nunca de quem estava lá quando você mais precisou. Fico muito honrada dele ser meu pai." disse Chiara.

Francisco Sancler, chefe de gabinete no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e amigo do ex-jogador, relembrou o que Branco fez após vencer a Copa do Mundo de 94. “Ele me contou que a primeira coisa que fez foi dar a camisa da seleção para o moço da carrocinha de cachorro-quente. Sem entender, perguntei o motivo e ele disse que, quando não tinha o que comer, aquele homem o ajudava. Parabéns por essa homenagem, é mais do que merecida."

Também participaram da cerimônia Antônio Osório, diretor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Edgar Pereira, ex-jogador do Fluminense e observador técnico da CBF, Maurício Francisco dos Santos, professor e amigo de Branco.