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11.07.2022 - 16:02 Por Manuela Chaves

CPI DOS TRENS: GUMI DIZ QUE SERVIÇO DE TRENS PODE SER INTERROMPIDO, EM AGOSTO, POR FALTA DE RECURSOS

  • Por Thiago Lontra
    CPI dos Trens

Em audiência na Alerj, Gumi Brasil, controladora da SuperVia, diz que depende de recursos do Governo Estado para continuar operando o serviço

 

O sistema ferroviário fluminense pode ter serviço interrompido, a partir de agosto, caso não haja acordo entre o Governo do Estado e Gumi Brasil, companhia que detém o controle acionário da concessionária SuperVia. A informação foi divulgada pelo diretor-executivo da empresa, Kazuhisa Ota, durante audiência pública da CPI dos Trens da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, realizada nesta segunda-feira (11/07).

 

Em 2010, o contrato de concessão com a SuperVia foi prorrogado pelo Poder Executivo até 2045. No entanto, a concessionária pode devolver a gestão em 2023, caso não estejam sendo cumprindas as obrigações previstas. Segundo Ota, a expectativa é de que seja firmado um novo termo aditivo para que o Governo do Estado garanta o reequilíbrio financeiro do contrato, permitindo que a empresa, que se encontra em recuperação judicial, volte a operar o sistema de forma eficaz.

 

De acordo com o subsecretário de Mobilidade da Secretaria de Estado de Transportes (Setrans), Alexandre Daiuto, o valor exato do repasse ainda está sendo discutido por representantes da pasta, da Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), da empresa Gumi Brasil e da SuperVia. O acordo deve ser celebrado ainda este mês.

 

Para o deputado Luiz Paulo (PSD), o foco do acordo deve ser repassar recursos em prol da melhoria do serviço prestado à população. O parlamentar ainda cobrou a realização de um detalhamento sobre as ações que serão executadas, os recursos aplicados e os prazos para a execução das medidas. "Precisamos de um cronograma para acompanhar as ações imediatas que devem ser realizadas com os recursos oriundos desse repasse", afirmou.

 

A presidente do colegiado, deputada Lucinha (PSD), destacou que a prioridade da CPI é saber se os recursos serão destinados para o sistema: melhoria da sinalização, troca dos dormentes, garantia da acessibilidade, retirada do lixo, conserto da canaleta de drenagem, entre outras questões detectadas nas vistorias realizadas pelo grupo nos ramais da malha ferroviária. A deputada solicitou o encaminhamento da minuta do processo para a CPI e declarou, ainda, que vai realizar nova oitiva para verificar o andamento do repasse.

 

"Já estamos em julho e, se não houver acordo entre o Estado e a SuperVia em termos da negociação do repasse de recursos, o sistema vai paralisar em agosto. Nossa preocupação não é abater as dívidas da Gumi, mas sim a melhoria do transporte. Quem sofre mais é o povo trabalhador com a falta de pontualidade, com as chuvas, com o furto de cabos, com a falta de banheiros nas estações. Daqui a 10 dias, vamos convocar nova reunião para verificarmos a situação", explicou a parlamentar, que se mostrou preocupada com o prazo.

 

Relator da comissão, o deputado Waldeck Carneiro (PSB) enfatizou que a perda substancial de passageiros, principalmente durante a pandemia, foi causada pela péssima qualidade do serviço prestado pela SuperVia. O parlamentar também chamou a atenção para o fato de que a Secretaria de Estado de Transportes precisa fazer uma reestruturação dos transportes na Região Metropolitana do Rio, com objetivo de evitar a sobreposição de modais no estado.

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