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21.09.2021 - 16:18 Por Thiago Atzevedo

CPI DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: CRESCEM ATAQUES CONTRA O JUDAÍSMO

  • Por Agência Brasil

A escalada de casos de racismo religioso não se limita às religiões de matriz afro. Durante audiência pública da CPI da Intolerância Religiosa realizada, nesta terça-feira (21/9), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a conselheira da Associação Israelita do Rio de Janeiro, Diane Kuperman, destacou que ataques contra o judaísmo também vêm crescendo no estado. Dados da Polícia Federal revelam que o número de registros destes casos passou de 69 em 2019 para 110 em 2020, aumento de 59% no país.

Diane apresentou vídeos com ameaças publicados recentemente na internet. Em um deles, um jovem apresenta objetos com símbolos nazistas que são adquiridos facilmente em sites de compra on-line.

"Não temos, nem queremos, o monopólio da vitimização, nem do sofrimento. Mas, sem dúvida, os casos de preconceito contra judeus e negros são os mais antigos de que se tem notícia no mundo. Não há um dia que se passe sem uma manifestação racista", afirmou Diana Kuperman, durante a reunião virtual.

Para a ialorixá Mãe Marcia D’Oxum, a criação de uma rede on-line para conectar e fortalecer os adeptos dos cultos é uma das formas de proteção contra o racismo religioso. Ela apresentou, na audiência, o “Igbá - Heranças Ancestrais” - um aplicativo para mapear terreiros que já conta com 55 templos e 220 pessoas cadastradas. O instrumento foi desenvolvidocom recursos da Lei Aldir Blanc, por meio de edital da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa.

"O Igbá coopera com casas e membros que as frequentam para buscar a garantia de seus direitos", explicou a ialorixá do terreiro Egbé Ilê Iyá Omidayê Axé Obalayó, situado em São Gonçalo.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o Rio de Janeiro registrou, ao longo de 2020, um total de 1.355 registros de ocorrências de crimes que podem estar associados à intolerância religiosa. O ISP é responsável por consolidar a estatística criminal do estado. Aberta às ações de combate à intolerância religiosa, a Alerj sediou, no último dia 13, a terceira edição do Seminário Inter-Religioso do Instituto Expo Religião. O deputado Átila Nunes (MDB) ressaltou que, apesar do avanço que representou a criação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) no estado, ainda há muito o que avançar na luta pela liberdade da prática de cultos no estado.

"Acho que um grande drama que temos pela frente, ao final da CPI, é o problema dos traficantes que expulsam religiosos e destroem terreiros", alertou.

 

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