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04.10.2018 - 15:36 Por David Barbosa

COMISSÃO DE TRABALHO DISCUTE DÉFICIT DE AMBULÂNCIAS DO SAMU NA CAPITAL

Das 74 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) previstas pelo Plano Estadual de Saúde para atenderem o município do Rio de Janeiro no período de 2016 a 2019, apenas 46 estão operando. A informação foi apresentada durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (04/10) pela Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que discutiu a situação precária do serviço.

Desde 2008, o Samu é responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Além do déficit de viaturas, a falta de profissionais também dificulta o atendimento. Apenas 51% dos enfermeiros e 35% dos médicos bombeiros atuam em ambulâncias no estado. "Muitos oficiais acabam desenvolvendo patologias que os impedem de atuar na atividade-fim. Por conta disso, eles são deslocados para funções administrativas, em vez de prestar o atendimento pré-hospitalar", explicou o diretor-geral de Saúde da corporação, Coronel Roberto Miúra.

Saúde dos bombeiros

Segundo levantamento realizado pelo próprio CBMERJ, a idade média de óbito dos bombeiros militares é de 58 anos. O estresse e a sobrecarga de trabalho são as principais causas do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as que mais matam os oficiais. No entanto, outro problema muitas vezes é ignorado: a saúde mental desses trabalhadores.

Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a enfermeira Marisa Augusta analisou as condições de trabalho dos bombeiros militares no Rio de Janeiro em sua dissertação de mestrado. Segundo ela, a questão psicológica é uma das queixas frequentes apresentadas pelos oficiais. "Estes profissionais trabalham muitas vezes em comunidades, sofrem ameaças por serem militares, e às vezes precisam atuar de forma improvisada pela falta de equipamentos. Isso gera um enorme sofrimento mental", relata.

Também estiveram presentes na audiência a presidente do Sindicato dos Servidores de Saúde Federais do Estado do Rio de Janeiro (SINDSAFERJ), Christiane Gerardo, um integrante do Conselho Regional de Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro (Coren-RJ), Olguimar Dias, e o representante da Secretaria de Estado de Saúde, Anderson Fagundes.

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