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06.05.2020 - 14:46 Por Gisele Araújo

FÓRUM DE DESENVOLVIMENTO DISCUTE RECONFIGURAÇÕES TRABALHISTAS IMPOSTAS PELA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

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    Professor Gaudêncio Frigotto, do Programa de Pós-Graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
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    Professora Heloísa Ferraz Ayres, do Instituto de Psicologia também da Uerj.
  • Por Reprodução de Tela
    Geiza Rocha, secretária-geral do Fórum Permanente da Alerj.

A atualização de políticas públicas e o mapeamento das condições trabalhistas em tempos de pandemia foram os principais temas discutidos durante o IX Painel on-line de Avaliação dos impactos do novo coronavírus no Rio de Janeiro, realizado pela Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica, órgão ligado ao Fórum de Desenvolvimento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Participaram do debate os professores Gaudêncio Frigotto, do Programa de Pós-Graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e Heloísa Ferraz Ayres, do Instituto de Psicologia também da Uerj.

De acordo com Frigotto, as relações trabalhistas estão passando por mudanças impostas pelo cenário pandêmico que o mundo vem enfrentando, decorrente da Covid-19. A adaptação do trabalho presencial para o home office, ou teletrabalho, evidenciou novos desafios ligados à tecnologia e a necessidade de adaptar as políticas públicas para melhor atender aos direitos dos trabalhadores.

"O direito ao trabalho é vital para a manutenção da vida em sociedade. A precarização do trabalho decorrente do uso de tecnologias que beneficiam apenas o lado de quem emprega é algo que tem que ser combatido, principalmente por estratégias governamentais por meio de políticas públicas atualizadas. Em 2019, 27,3% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam desempregados; temos que refletir quem são esses jovens e como sanar esses problemas levando e conta o contexto econômico, racial e de gênero dessas pessoas", enfatizou o professor Gaudêncio.

As reconfigurações do mundo do trabalho no século XXI também irão exigir, além de um mapeamento das condições trabalhistas, como as do trabalho informal, uma mudança de perspectiva no que diz respeito à vinculação entre educação e o trabalho. A aprendizagem contínua e a qualificação proporcionadas pelo conhecimento oferecido pelas instituições de ensino têm que ser consideradas pilares na construção de uma sociedade trabalhista saudável. É o que defende a professora Heloísa Ferraz, que destaca também a importância de cuidar da saúde mental do trabalhador nesse cenário.

"A criação de um programa de trabalho que alivie as jornadas de trabalho para todos é fundamental, bem como o estabelecimento de diálogo aberto e horizontal. O trabalhador precisa falar e se sentir ouvido, sobretudo nesse momento que estamos vivendo. O teletrabalho já existia antes da pandemia, mas é preciso reestruturar a cultura trabalhista, e em especial, que as empresas ofereçam ajuda a esses trabalhadores que de repente tiveram seu espaço de atuação mudado", ressaltou a professora Heloísa.

Segundo a secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico da Alerj, Geiza Rocha, o painel trouxe uma reflexão muito importante por reforçar o papel do estado na gestão e reconfiguração do mundo do trabalho.

"A reunião de hoje foi essencial para discutirmos de que maneira, ao sair da pandemia, a gente pode enfrentar os altos índices de desemprego que o estado vem enfrentando, principalmente entre os jovens e olhar para setores estratégicos como saúde, educação, cultura, saneamento básico e construção civil. De que maneira, a partir de investimentos públicos e de um olhar de regulação das relações de trabalho, poderemos projetar novo futuro que dê segurança aos trabalhadores", salientou Geiza.

 

 

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