FÓRUM DA ALERJ: TURISMO DE SAÚDE É DESTAQUE NO ESTADO
O turismo de saúde é uma das potencialidades do Rio de Janeiro. Um exemplo de sua atratividade é que o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (Unirio) realizou mais de cinco mil cirurgias plásticas, em um ano e meio. As perspectivas dessa atividade econômica - que atrai pessoas em busca de tratamento clínico, estético e de bem-estar - foram discutidas, nesta quarta-feira (30/09), em encontro virtual da Câmara Setorial de Cultura, Turismo e Esportes do Fórum de Desenvolvimento Rio, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)
De acordo com uma pesquisa apresentada pelo professor do Departamento de Turismo da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Luciano Pereira, essa modalidade de turismo representa 9,2% do deslocamento de indivíduos em território nacional. Maior do que o turismo religioso, que responde por 3% dos motivos de deslocamento. O pesquisador destacou ainda que o público em busca de tratamento médico fica, em média, 15 a 20 dias no destino e gasta cerca de US$ 300 por dia.
“Nenhum outro turista gasta isso. Precisamos nos adequar para atender as demandas desse público. Temos também que estimular o turismo de bem-estar – que é o de tratamentos não invasivos. Esse tipo ainda é muito “glamourizado”. É preciso demonstrar que ele pode ser mais acessível”, afirmou.
Ricardo da Fonseca, presidente do Niterói Convention & Visitors Bureaux, lembrou a importância da presença de uma universidade como a Federal Fluminense (UFF) para atração de profissionais renomados para cidade. “Profissionais com reputação internacional acabam transitando em Niterói por causa da UFF. Isso faz com que a cidade tenha uma rede de médicos e hospitais reconhecidos, o que é fundamental, para quem pretende se tornar um destino turístico em saúde”, pontuou, lembrando que a cidade também se destaca na área de tratamento de reabilitação.
O gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo, apresentou uma pesquisa com o fluxo de deslocamento em busca de tratamento médico no país, com destaque para o Rio de Janeiro. Segundo Hidalgo, o estado tem 16 destinos principais na busca por atendimento de alta complexidade, como: tratamento de câncer, leitos de UTI e cirurgias mais complexas, por exemplo.
“Quando comparamos o Rio com outros estados, ele tem baixa média de deslocamento em busca de atendimento de alta complexidade. Isso se deve ao tamanho do território e à distribuição de hospitais de referência em suas diferentes regiões”, explica Hidalgo.
O pesquisador Bruno Hidalgo enumerou ainda destinos como Cabo Frio, na Região dos Lagos; Vassouras - no Sul Fluminense; e Itaperuna, no Noroeste Fluminense, com potencial para o Turismo de Saúde. “Cabo Frio é referência com o Hospital da Mulher; Vassouras tem aparecido no mapa da saúde por causa da universidade, e Itaperuna é referência com o Hospital São José do Avaí, com expertise em cirurgia cardíaca”, revelou.
O presidente da Federação de Convention & Visitors Bureaux, Marco Navega, fez uma comparação entre Barretos, no Estado de São Paulo, e Itaperuna, no Rio de Janeiro. “Essas duas cidades são exemplos de que mesmo sendo pequenas podem se tornar referências pela especialização em atendimento de saúde”, ressaltou Navega. Ele apresentou um estudo de caso da cidade de Medellín, na Colômbia, destacando a importância do investimento em segurança pública para garantir a melhora nos índices para o turismo.
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