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19.11.2020 - 12:46 Por Eduardo Schmalter

FÓRUM DA ALERJ DESTACA IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA DO MAR PARA O ESTADO

  • Por Reprodução da Internet

A elaboração de um plano estratégico é fundamental para o impulsionar a Economia do Mar no Rio de Janeiro. Esta foi uma das conclusões do debate virtual, promovido pelo Fórum da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) de Desenvolvimento Estratégico do Estado, nesta quinta-feira (19/11). O encontro reuniu representantes da Marinha do Brasil, de universidades, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), da Comissão de Tributação e da Assessoria Fiscal da Casa. Foi consenso no grupo a importância de se atualizar a matriz insumo-produto (MIP) - instrumento de análise microeconômica dos fluxos de bens e serviços produzidos no estado - para que o setor avance.


Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Economia do Mar é a soma das atividades econômicas (industriais, comerciais, de pesquisa científica e tecnológica, governamentais etc.) que têm o ambiente aquático como base ou interesse; além dos ativos econômicos, bens e serviços pertencentes a estes ecossistemas.
Estudos apresentados expuseram desafios e vantagens de se investir na exploração do grande potencial do Litoral fluminense. O estado tem 246,22 km de costa e 25 municípios defrontantes com o mar e gera quatro vezes mais empregos ligados a esta economia do que a Bahia, por exemplo.


O deputado Luiz Paulo (sem partido), presidente da Comissão de Tributação, afirma que a MIP pode ser a base para a implementação do plano estratégico para o setor. O parlamentar destacou que todos devem ser ouvidos nesta construção: “O plano deve ser feito com a sociedade, devido à sua importância. É um plano de Estado, não de governo. A MIP será o instrumento para isso. Sem estudo e planejamento não vamos a lugar nenhum”.


O diretor-presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), vice-almirante Edésio Teixeira, defendeu uma menor interferência do estado para o incremento da Economia do Mar: “O Rio de Janeiro tem muitas atividades ligadas ao mar e é fundamental desenvolver essa economia. Precisamos de um modelo econômico de desenvolvimento sem a intervenção estatal, deixando as empresas privadas se auto-organizarem. Isso irá atrair negócios”.


Os especialistas do meio acadêmico trouxeram à tona os desafios de pesquisar um setor ainda pouco explorado cientificamente no país. “Nossas contas não dividem economia marinha e não-marinha. Precisamos compreender a dinâmica das indústrias do mar. O primeiro passo é definir os setores que compõem a economia azul”, frisou Joilson Cabral, professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Regional da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPGER/UFRRJ).


O planejamento não deve se restringir aos municípios costeiros, na opinião do professor do Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos da Escola de Guerra Naval (EGN),Thauan Santos. Ele lembrou que cidades como Rio Bonito, Nova Iguaçu e São João de Meriti têm um envolvimento com as questões navais e de petróleo e gás.

“Temos muitos problemas na literatura relativa ao tema. Não há consenso inclusive sobre o nome dado, se é Economia do Mar, Economia Azul, Economia Costeira etc”.


Gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), Jonathas Goulart, ressaltou que o estado não tem uma matriz estruturada e que é preciso pensar quais são os objetivos: “Não há dúvidas da relevância da Economia do Mar, no entanto, a literatura acadêmica não é muito extensa", afirmou o professor.


O diretor da Assessoria Fiscal da Alerj, economista Mauro Osório, defendeu a participação do Estado na alavancagem da economia, citando a experiência da Noruega. Ele concluiu a reunião, destacando a importância da discussão no âmbito do Parlamento. “Precisamos pensar o Estado de forma sistêmica. A Economia do Mar é absolutamente decisiva e fundamental. Desde os anos 1970, somos a economia que menos cresce. A Alerj está liderando uma mudança necessária. O Poder Público tem papel fundamental nisso, como facilitador e comunicador”.

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