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05.05.2025 - 18:18 Por Petra Sobral

ALERJ SEDIA DEBATE SOBRE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO

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  • Por Octacílio Barbosa
  • Por Octacílio Barbosa

Novas ferramentas tecnológicas têm impactado nas relações de trabalho.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sediou nesta segunda-feira (05/05) debate promovido pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, através do deputado federal Reimont Luiz Ontoni (PT), sobre o funcionamento do sistema financeiro - a deputada estadual Elika Takimoto (PT) também participou da audiência pública. As mudanças causadas pelo uso de novas ferramentas tecnológicas e as alterações regulamentares realizadas pelo Banco Central causaram, segundo o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Gustavo Carvaza, impactos nas relações de trabalho e perda de arrecadação por parte do governo.

“A reestruturação recente do setor financeiro pauta-se no incentivo à entrada de novos atores, sendo que alguns deles se tornaram verdadeiros gigantes. Apesar disso, não é possível verificar melhora nos problemas estruturais do setor, como baixo volume de crédito, altas taxas de juros e a exclusão financeira. Ao contrário, novos problemas surgiram com o aparato regulatório mais flexível”, explicou Gustavo.

A fragmentação dos postos de emprego, a perda de arrecadação e o aumento de golpes financeiros foram apontados como as principais preocupações causadas pelo crescimento das empresas que utilizam tecnologia para inovar e redefinir a forma como os serviços no setor são prestados, chamadas de fintechs. “Elas fogem do enquadramento do sistema bancário e aproveitam para não se submeterem à legislação atual. Essa questão evidencia a importância da contribuição da Alerj para a pauta nacional”, comentou Elika Takimoto, que preside a Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj.

Segundo a deputada, esse debate precisa ser provocado nas audiências públicas, não só na Alerj, mas em outras assembleias e em câmaras municipais e federais. “É minha função como deputada legislar para que o avanço tecnológico aconteça acompanhado de justiça. É necessário criar e fiscalizar leis que protejam os empregos e os direitos trabalhistas”, afirmou a parlamentar.

Uberização do sistema financeiro

Ainda segundo Reimont, a população também sofre com dificuldade de atendimento e há um maior risco em relação ao sigilo sobre o processamento de seus dados pessoais. “Os bancos parecem estar cada vez mais voltados para a digitalização, mas é essencial que essas mudanças não comprometam a categoria dos bancários e o acesso ao atendimento de qualidade para todos os clientes, independentemente de sua renda ou localização geográfica. Quem ganha com a chamada uberização do sistema financeiro são só os empresários que estão à frente dos bancos de plataformas digitais e fintechs”, ressaltou.

Presente no evento, o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, José Ferreira, defendeu o papel das casas legislativas para a solução destas questões. “Em conjunto, precisamos construir uma legislação que seja protetiva para a sociedade e também para os trabalhadores e trabalhadoras”, pontuou.

Também estiveram presentes na audiência pública a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira; a presidente da Federa-RJ, Adriana Nalesso; e o Professor Moisés Marques.

 

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